Adesso! Agora!
Não o Moisés de Miguel Ângelo,
extraído da pedra maciça e um toque de gênio;
nem o outro, mais antigo e de carne crua,
íntimo daquele “que é o que é”,
Javhé .
Não o das páginas amarelas ou sagradas,
escritas pela extensão das mãos do 'eterno";
não o escultor renascentista,
talhando na pedra e no bronze,
a magia do belo.
Tu, Mosé! Parla!
Ecoa o lamento das gentes,
a ternura que dorme no escuro,
os não-lugares do encontro,
a textura do amor,
e os leitos de lágrimas
que correm alegrias...
Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos impertinentes