Imagem: Pierre Verger
a utopia despida de flores.
Costuro os retalhos dos amores já findos,
amasso a argila, dou-lhe forma,
faço-a viva de imaginações sonâmbulas.
Sopro-lhe minh'alma cravada de ais;
Arranco ervas daninhas presas ao ventre
que gritou amor sem respostas.
Cultivo cantos,
rego a semente encharcada de dúvidas,
recomponho ontens no hoje.
Moisés Augusto Gonçalves, in Nos centros de nosso oeste (no prelo)