sucede a uma noite de luar ausente.
Um abrir de olhos,
o espreguiçar dos ossos,
o despertar é triste.
Lá fora o corre-corre,
o pão-nosso arrancado na marra.
A chuva cai em pancadas e, atrevida corre,
onde na madrugada desmaiou um farrapo humano.
Seu despertar é triste.
Cai uma flor da lapela do bêbado,
zigue-zagueia a fuga, o sentido escapa,
no vazio de uma manhã sem sol.
Aqui dentro,
o amanhecer é o murmúrio de fendas profundas.
Empurrarei as nuvens, quero o meu sol!
Por ora, me banho nas lágrimas de deus...
Moisés Augusto, in ruas vazias de gente