Do lado de cá, as coisas fluem.
Escrita vermelha da dor.
Da tortura e seu repertório de perversidades.
Da (des-)ordem dos homens e seus artifícios.
Da produção dos ódios e cobiças.
Dispositivos de morte,
acionados nos subterrâneos da urbis.
(des-)Harmonia do canto,
despetalado de vida.
Nessa águas sórdidas,
onde se banha a indiferença,
se sacia a opressão
e naufraga a justiça,
sou uma só e lancinante indagação:
E o canto livre, sucumbirá ao vil poder?
Moisés Augusto Gonçalves