É nosso
o que de nós foi tomado,
nas trevas da exploração,
pelos usurpadores dos bens d’outros.
É nosso o fruto que produz a terra,
trabalhado por nossas mãos calejadas,
e regado pelo suor de nosso cansaço.
É nossa a terra mesma,
mãe generosa de onde brota a vida,
e que nos recebe amorosa em seu seio.
Nossos são o sol, a lua, as estrelas,
os astros todos que as galáxias habitam.
O seu brilho ilumina nossos olhos.
Nosso é o néctar das flores,
e as delícias todas
de que nos privam os zangões do latifúndio.
É nosso o sangue de nossas veias,
que nos sugam gananciosos
os vampiros do poder.
É nosso, companheiro,
é nosso
o amanhã de nossos dias
e os dias todos de nosso amanhã.
São nossos o fruto, a terra, os astros,
nosso sangue, nossas vidas.
Não é justo que possuam outros
o que deles não é
e a todos pertence.
Não é justo, por justiça, então lutemos
com audácia, organizados, fortes;
não há força que resista
ao argumento de nosso “NOSSO”...!
*Aos incansáveis lutadores e lutadoras pela terra, pelo pão e pela vida.
Moisés Augusto Gonçalves
Foto:Sebastião Salgado