Não darei o adeus da partida derradeira,
nem mesmo deixarei chorar a última lágrima.
É também de permanências
o alicerce de minhas
rupturas.
Sei que ficarei e é este meu sentido,
sei que ficarei, coração inquieto,
rebelde, atrevido.
Ficarei no coração partido,
na água que de tanto insistir,
lava, fura, rasga,
a teimosia da pedra.
Ficarei em tua memória
Porque fico em teus olhos,
espreguiçando na rede de tuas retinas
sentindo o mundo da janela d’alma.
Ficarei nos ecos de teus sussurros.
Em particular,
os deitados nos silêncios das sombras.
Ficarei porque sou muitos,
os que partem deixando o coração,
e com ele tudo;
Os que ficam...E são coração.
Moisés Augusto Gonçalves, in Nos centros de nosso oeste (no prelo)