terça-feira, 4 de junho de 2013

Inteira...

É toda que te quero,
tu que até agora és só metade.
Nudez de Lua,
vestida de sombras da cintura para baixo,
vistosa de encantos e um despudor iluminado.

É toda que te quero,
musa de minhas noites de sertão,
acalentadas pelo chilrear estridente dos grilos,
o coachar harmônico dos sapos,
e o gozo suave de minhas solidões.

Sim, é toda que te quero,
tu que bates às portas de minhas madrugadas,
entras pelas frestas de meus silêncios
e, em sinuosas rotas de fuga,
me tomas todo!

Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos Impertinentes