sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tantos...


Tenho tantos nãos a proclamar, tanta recusa;
tantos sins me fazem fogo e a vida é curta.
Trago víboras no peito e seu veneno rasga,
páginas escritas com tintas de morte.

Anti-heróis cambaleantes se apossam de mim.
Vejo putas peitudas gemendo grana,
bundas tesudas clamando carícias
e orgasmos sonâmbulos em noites de porre,
copulando vadios com sombras e corpos.

Peitos sedentos perseguem lábios carnudos
e o leite – que ausente – matou a criança.
E as tetas e falos e as mãos atrevidas
e o âmago fundido com meus nãos e meus sins
em barras de aço...

Moisés Augusto Gonçalves, in ruas vazias de gente