sexta-feira, 4 de maio de 2012

Quantos?


Quantos silêncios ainda faltam para a próxima fuga?
Quantas fugas ainda faltam para o próximo silêncio?
Largados nas esquinas,
até quando beijarão nossos lábios
- colados ao chão - 
utopias abortadas?

Bradará a língua ensandecida torpes palavras?
E o canto livre, sucumbirá ao vil poder?
Importa buscar na cadência das ondas
sentidos que não vivi?

De quantas pauladas se faz uma vida?
Quantos detalhes compõem o presente?

Felicidade perambula solteira?
Meu coração em vigília aguarda um simples aceno...

Moisés Augusto Gonçalves, in ruas vazias de gente