terça-feira, 8 de março de 2011


Chove.
O cerrado dá um largo sorriso,
do tamanho da poeira encharcada,
do tamanho da garganta das grutas e sedes,
embebidas de cristais.

É festa no arrozal da várzea.
Na beira-linha,
repousa dormente o olhar triste de Maria
- a Raimunda -,
 à espera de Francisco que se foi.
Suas lágrimas se confundem com a chuva...

Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos Impertinentes
Cordisburgo, MG
Brasil/2011

Imagem: http://www.flickr.com/photos/c0lo/favorites/page2/?view=lg