terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Não sabia por quantas fomes tinha sido comido;
quantas auroras não viu, entorpecido.
Apenas que foram muitas.

Fazia tempo que não saboreava um texto
escrito à tinta e coração.
Que não tocava faces sem as rugas das mãos
lapidadas pelo tempo.
Fazia muito, muito tempo...

Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos impertinentes