terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um grande silêncio deitou em meu peito.
Dormiu, acordado, muitos sonos,
grávidos de perguntas sem eco.
Atrás de seus passos,
marcas que só se apagam com o próximo retorno.

Eis o que ficou depois do grande silêncio:
um eu em frangalhos
que se re-faz em conta-gôtas,
sem viradas extremas;
só as radicais,
as que buscam na raiz
a fonte da seiva que o alimenta.

Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos impertinentes