segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ao pé do ouvido...

Nenzito, contador de histórias

Escuta aqui,
bem baixinho,
cá entre nós,
aos pés do ouvido:
carrego fardos de utopias
chorando o presente e
suas fábricas de morte.

E essa dor me dói,
como doem lábios sem beijos e pão,
estradas sem saída,
corpos sem sangue e ternura,
janelas sem horizontes e sentidos.

Dói tanto,
cortando ao meio as esperanças,
que repousam na varanda...

Moisés Augusto Gonçalves, in Fragmentos impertinentes