domingo, 24 de outubro de 2010

Luares e jardins

O luar do sertão invade meu jardim,
faz sorrir meus cansaços
e o botão de rosa amarela,
que desabrocha na magia da noite.

Luar respingado
- de quando em vez –
de chuva fina,
parto de pétalas,
intermitências molhadas de flor.

Inspiração de violeiros e poetas,
do sertanejo banhado dos suores do dia,
da ‘quentura’ das jornadas.
Razão das cachaças,
frescor dos desejos,
colados na pele,
calados no peito,
cravados na luta pelo pão.

Canção dos amantes,
partitura afinada nas cordas do tudo simples,
encanto florido,
sentido do avesso.
cerrado aberto,
Cordis...do coração!

Moisés Augusto Gonçalves, in Depois de muitas luas