quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Insustentável

Insustentável a lava incandescente
que navega as minhas veias
e a chaga do coração;
a seta do cupido que busca outros alvos;
o grito.
A palavra sepulta no peito
e o nó na garganta.

Insustentável, o não encontro,
a angústia da dúvida,
o abraçar a náusea
e o não-sentido.

A ovelha agoniza
– ironia risonha –
nas arcadas do lupus do meu eu.
Insustentável meu nome.
Preciso ir...
preciso ir...
À musa-sereia arrebatarei o canto...

Moisés Augusto Gonçalves, in ruas vazias de gente